EDITORIAL- Educar: um ato de amor e coragem

Por MARIA INÊS PEREIRA, Pedagoga

Falar de educação é sempre muito complexo, mas a afirmação do grande Paulo Freire sintetiza o ato de educar. Educar é realmente um ato de amor, quando favorece a libertação plena do indivíduo, desenvolvendo uma consciência crítica que forma um cidadão ou cidadã capaz de intervir no contexto em que vive, cumprindo com seus deveres e fazendo valer os seus direitos. Infelizmente, a educação que permeia as escolas brasileiras, tanto públicas quanto privadas, é a educação tradicional, centrada no ensino, não na aprendizagem, que privilegia a memorização em detrimento do raciocínio lógico e o que é mais grave: exclui mãos do que inclui. Décadas atrás, grande parte da população brasileira não tinha acesso à escola. Não havia vagas para todos. Nas últimas décadas, a escola vem passando por um processo de universalização, isto é, muito mais indivíduos têm acesso à educação, o que é muito positivo, no entanto, a escola não estava preparada para vivenciar plenamente esse fato, por isso, não podemos dizer que temos uma escola verdadeiramente democrática onde todos aprendem. Podemos perceber no País inteiro a desmotivação de alunos e professores. Há que, com um embate entre os principais atores do ato de ensinar a aprender (professores x alunos) e o processo de construção do conhecimento que deveria ser uma prazerosa interação entre os protagonistas, acaba por tornar-se um fardo para ambos. E a família onde está? Qual a parcela de responsabilidade na aprendizagem dos filhos? São pais os primeiros educadores, e como a família que os alunos passam (ou deveriam passar) a maior parte do tempo? Portanto, estar a par da vida escolar dos filhos é fundamental para o êxito escolar. A escola, enquanto instituição vem sofrendo sim, uma das maiores crises de sua história, mas vem empreendendo esforços em busca de soluções. Não cabe aqui apontar culpados e a campanhas governamentais são pertinentes. “Todos pela Educação” quer dizer que a educação é responsabilidade de todos nós, há que se ter amor e coragem para entender o que seremos um povo progressista, forte, generoso, solidário com consciência política quando vivenciarmos educação de qualidade para todos.

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo plenamente com a saudoza professora Inês quando diz que:"a educação deve partir de dentro de casa,e que os pais são peça fundamental em nossa educação".
Acredito que se os pais tivessem mais presentes no processo de aprendizagem de seus filhos tenho certesa de que não haveria tanta evasão escolar.