Por Francisco Praciano, é economista e deputado federal pelo PT (Artigo publicado no Jornal Dez Minutos em 17/12/2013) 

Seguramente, o que aconteceu de mais marcante no País, nesse ano que se encerra, foram as manifestações ocorridas no mês de junho, quando mais de 1 milhão de pessoas foi às ruas de centenas de cidades brasileiras para reivindicar direitos e protestar. Sem que tenha sido liderada- ou mesmo estimulada- por intelectuais (que há tempos estão acomodados), sindicatos ou ONGs, ou por qualquer partido político, uma significativa parcela da sociedade foi às ruas gritar a sua insatisfação e dizer que não se sente representada. A onde de protestos começou em São Paulo, iniciou com os manifestantes reivindicando tarifa 'zero' e mais qualidade no sistema de transporte público. A partir daí, porém, em São Paulo quanto em outros estados, as multidões que tomaram as ruas passaram a protestar contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público e a cobrar, além de redução dos preços das passagens, melhor qualidade nos serviços nas áreas da educação, saúde, moradia e segurança. Muitos, de quebra, aproveitaram para protestar contra os políticos considerados preconceituosos, contra a construção de estádios de futebol e, até mesmo, contra parte chamada 'grande imprensa', por entenderem que esses veículos de comunicação têm estado a serviços de governantes políticos. Ao menos que diz respeito às tarifas do transporte coletivo, as manifestações de junho conseguiram algum resultado, uma vez que em algumas cidades não houve aumento da tarifa e, em outras, houve redução das tarifas que haviam sido aumentadas. Ainda aguardam para serem atendidas, porém, as demais reivindicações, principalmente aquelas que dependem de uma reforma política que venha resultar em maior transparência nos gastos públicos, maior participação direta da população nas decisões sobre os destinos de suas cidades e um maior rigor no combate à corrupção. Espero, sinceramente, que 2014 seja ano de superação do nosso atraso e conservadorismo político, para que todas as reivindicações feitas em junho possam ser atendidas.

Nenhum comentário: