Amazonas tem 80 mortes de crianças por câncer, anualmente, em cinco anos 

Em cinco anos, 80 crianças e adolescentes, em média, morreram de câncer no Amazonas, conforme dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde (MS). Neste mês é dada uma atenção especial ao tema com o ‘Novembro Dourado’, período de combate ao câncer infantojuvenil. Pais e responsáveis devem ficar atentos aos sinais e realizar a busca rápida para o tratamento da doença. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia é o tipo de câncer mais comum na infância. Na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), 29,4% dos 76 casos de leucemia em crianças, identificados entre janeiro de 2014 e outubro deste ano, resultaram em morte. A médica hematologista pediátrica do Hemoam Socorro Sampaio explica que a leucemia tem origem na medula óssea, onde é produzido o sangue. Segundo ela, os primeiros sinais se manifestam com dor nos ossos ou nas articulações, palidez, manchas roxas, sangramentos, febre e abatimento. Com o conhecimento dos sinais da doença, as chances de diagnóstico precoce são maiores assim como o sucesso do tratamento. O Amazonas, segundo Sampaio, é o Estado com a maior taxa de diagnósticos de leucemia em crianças do País. Atualmente, 115 pacientes de até 18 anos estão em tratamento no Hemoam, conforme a médica hematologista pediátrica. O tratamento leva, em média, dois anos. Em geral, segundo a médica, as crianças respondem bem a quimioterapia e, em alguns casos, é preciso recorrer a radioterapia. “Na quimioterapia, não tem como atingirmos somente as células doentes. Com o tempo esperamos a recuperação da medula”, explicou. Sampaio explica que, mesmo após o fim do tratamento, o paciente recebe acompanhamento por dez anos para verificar se há algum resquício da doença. O Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc) fornece suporte mensal há 120 crianças e adolescentes carentes no Estado que estão em fase de tratamento. A casa, que fica no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste, abriga, atualmente, nove crianças do interior do Estado que fazem tratamento em Manaus. “Temos uma casa de passagem para crianças carentes e seus acompanhantes. Aqui, oferecemos acompanhamento nutricional, psicológico e social”, explica. No local, também é dado suporte educacional.

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