Educação de Surdos no Ensino Regular. (continuação da edição anterior).

Quando não são recusadas, e “jogadas” de sala de aula para sala de aula, ou de escola para escola, essas crianças ficam num canto isoladas, “mudas” (o que na verdade não são), alijadas de um processo de ensino-aprendizagem eficiente. Em nome dos direitos iguais, das necessidades iguais que todas as crianças que estão matriculadas na mesma série têm, os professoras as ensinam com o mesmo método, estratégias e dinâmicas usadas para as crianças ouvintes.
Elas conseguem aprender neste contexto? Pesquisas e nossa experiência dizem que não, no máximo elas aprendem a copiar do quadro as informação reproduzidas pelos professores, quando não são passadas ano a ano e concluem o ensino médio como analfabetos funcionais ou até estruturais, engrossam o quadro dos desistentes.
Então são os professores os grandes vilões? Claro que não, eles são mais uma vítima dessa engrenagem, pois são obrigados a receber e ensinar uma criança, na maioria das vezes desprovidas de uma língua, pois, quase todas, quando iniciam a escola não sabem a Língua Brasileira de Sinais e, muito menos, a Língua Portuguesa na modalidade escrita, então como ensiná-las se ninguém os ensinou como fazer?
Quem são os culpados então? Os Prefeitos, Governadores e Presidente da República, que nos representam e detêm a máquina pública, e que nada fazem, pois o que importa para eles é ter mais um número na estatística de TODOS NA ESCOLA, e gerar votos para perpetuá-los no poder.
E nós o que podemos fazer diante disso? Ficarmos “deitados eternamente em berço esplêndido”. Se pensarmos como a maioria, sim, é isso que faremos, mas se você é daqueles que nunca concordou com esse verso impresso em nosso hino nacional, vou lhe dar uma dica, o Ministério Público está ai para isso, para cobrar de nossos governantes aplicação das leis, pois elas existem e só necessitam serem postas em prática.

Iranvith Cavalcante Scantbelruy
Mestrando e Professor do Curso de Letras da UEA-Carauari.

Nenhum comentário: