Editorial- Maio 2010
Por Dom Sérgio Eduardo Castriani, Bispo da Prelazia de Tefé

No dia 23 de maio, neste ano, solenidade de Pentecostes, o Povo de Deus que caminha na Prelazia de Tefé rende graças a Deus pelos cem anos de Igreja particular. Foi em 1910 que o Papa tendo em vista as necessidades da Evangelização e o bem das populações que viviam no imenso território que naquele tempo ia até o Alto Juruá criou a Prefeitura Apostólica de Tefé. De lá para cá o Evangelho foi anunciado com coragem, ousadia e muita generosidade. Os padres fizeram tudo o que podiam para que os sacramentos fossem acessíveis a todos. Os bispos, os padres, religiosas e religiosos, e uma multidão imensa de leigos se preocuparam com educação, saúde, trabalho, cidadania, geração de renda, preservação e tantas outras realidades humanas, mostrando que evangelização é também libertação e desenvolvimento humano. Centenas de comunidades foram formadas, nas cidades, ao longo dos rios, lagos e igarapés. Animadas pelos catequistas locais, animadores de setor, ministros extraordinários da comunhão eucarística, da palavra, da consolação, e testemunhas qualificadas do matrimônio e ministros do batismo, estas comunidades fortaleceram a fé, levaram a compromissos de vida, foram e são fator de vida para todos. Depois de construir e dirigir hospitais, escolas, clubes de mães, cooperativas, rádios comunitárias, a Prelazia viu nascer o CIMI, a CPT, a Pastoral da Criança, a Pastoral do Menor, a Pastoral da Pessoa Idosa, os agentes ambientais voluntários, os agentes da cidadania. Neste centenário agradecemos ainda a Deus as ordenações presbiterais e diaconais que vem enriquecer a nossa Igreja local. De propósito não cito nomes neste editorial. São milhares os que construíram e levam adiante esta bela história. Mas em tudo está a ação do Espírito Santo que inspira, ilumina e fortalece. Neste Pentecostes continuaremos a cantar e a pedir que Ele venha, console, conforte e anime esta Igreja que como toda Igreja nasceu do Coração de Jesus, do qual correram sangue e água. Foi daí que nascemos e por isso temos a certeza de que Ele, o Cristo, este e estará conosco todos os dias. Pois é no dia a dia que o edifício do qual Ele é a pedra fundamental vai se construindo. Para mim é um privilégio e uma graça, ser bispo desta Igreja. Graça imerecida, e aceita com muita humildade, diante dos gigantes na fé que me precederam e semearam aquilo que hoje colhemos e vivemos. Obrigado Senhor pela Igreja particular que vive no médio Solimões, Japurá, médio e baixo Juruá com todos os seus afluentes.

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